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[Violência Policial] BAIANO, O ÚLTIMO PRESO POLÍTICO DO DIA 15 DE OUTUBRO

BAIANO, O ÚLTIMO PRESO POLÍTICO DO DIA 15 DE OUTUBRO

Jair Seixas Rodrigues é um ativista, membro da Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST). Militante político assíduo nas manifestações, é famoso por seu megafone que toca sirene e música de ‘Titanic’, participou das duas edições do Ocupa Cabral e do Ocupa Câmara Rio. Despojado, humilde e alegre, é uma pessoa simples, mas que em sua vida de ativismo social já viajou por mais de 20 países em todo mundo e fala inglês, francês, espanhol e norueguês.
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Quando houve o terremoto no Haiti, participou como voluntário da missão humanitária e carregou corpos das vítimas. Viajou à África do Sul para conhecer mais sobre a vida de Nelson Mandela. Já esteve nos Estados Unidos e viveu na Europa. Em Salvador trabalhou com oficina de música para crianças de rua. Hoje trabalha incansavelmente em prol daqueles que não acesso à moradia devido à intensa especulação imobiliária no Rio de Janeiro.

Foi preso de forma completamente arbitrária no Centro da cidade no dia 15 de outubro, em meio a diversos advogados do DDH e fora da manifestação. Estava apenas caminhando e, ao se afastar um pouco, foi puxado por um grupo de policiais, como pode ser visto a partir dos 2:55 do seguinte twitcast: http://twitcasting.tv/woodydudu/movie/22392405

Baiano estava sem identidade (retirada pela própria PM em outra oportunidade) e os PMs disseram que iam apenas levá-lo para 17ª DP para sarquear (verificar a existência de mandatos em seu nome) e liberá-lo depois. Ele foi levado então para a 5ª DP, onde lhe foi imputado um flagrante do crime de associação criminosa armada, sem o menor subsídio jurídico, pelo fato de ele ter sido supostamente visto no local em que uma viatura da polícia foi incendiada.

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Prisões arbitrárias realizadas nas manifestações no Rio de Janeiro são denunciadas à OEA

A Organização dos Estados Americanos (OEA) recebeu nesta quinta-feira, dia 24, um pedido para que apure urgentemente as detenções arbitrárias cometidas pelo Estado do Rio contra os manifestantes presos no dia 15 de Outubro. A denúncia foi feita pela ONG Justiça Global e pelo Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH) à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

henrique-zizo-15-de-outubroO documento denuncia a forma com a qual o Brasil lida com o exercício da cidadania. Segundo informações da Polícia Civil, no protesto realizado em apoio aos professores, dia 15/10, cerca de 190 pessoas foram conduzidas à força até as delegacias, tendo ocorrido 64 casos de prisão provisória em decorrência de supostos flagrantes.

Além do grande volume de detenções arbitrárias, o que qualifica especialmente este dia é o uso da Lei de Organizações Criminosas (Lei 12.805/2013) contra os manifestantes, enquadrando a atividade de protesto sob o título de “associação criminosa”. O oficio destaca também o anúncio do Estado brasileiro, mesmo antes das detenções, que se valeria desta lei, mostrando uma intenção de criminalizar a indignação popular independente da conduta individual. Ficou evidente a tentativa de coibir a livre manifestação através do endurecimento penal e da opressão.

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[Violência policial] Mais um assassinato: Manguinhos

manguinhosNa quarta-feira 16/10,  a UPP de Manguinhos espancou até a morte um jovem.
Hoje nais cedo familiares e moradores fizeram protestos e atacaram a polícia com pedras e paus. A UPP abriu fogo e baleou mais um morador. A jovem foi encaminhada ao hospital.
“A verdade é dura, a UPP também é ditadura!!”

Nota do Fórum Social de Manguinhos – FSM.:

“Prezados,Nós moradores de Manguinhos fazemos abaixo um relato da situação que vivemos hoje, mais um dia de morte, mais um dia de luto e de luta:Haviam muitos jovens e crianças nas ruas, com muito ódio e atirando pedras na polícia. A polícia respondia com bombas, e anteriormente já havia respondido com mais truculência, com BALA mesmo, tanto que algumas pessoas foram parar no hospital – uma jovem de 17 anos foi baleada na perna.
Falamos com a mãe do Paulo Roberto e nos colocamos à disposição para qualquer coisa. E de

acordo com ela, a morte de seu filho foi pela mão dos policiais:”Meu filho não estava sozinho. Por que eles deixaram os outros meninos irem embora e mataram meu filho? Botaram os meninos pra sair fora, fecharam o beco, não deixaram ninguém passar e lá mesmo eles fizeram o massacre com o meu filho dentro do beco”

Uma fato importante foi que os trabalhadores da Fiocruz fizeram uma paralisação por conta da prisão de Paulo Bruno, professor e pesquisador da Ensp. Ao sabermos disso, fizemos uma provocação para que a violência a que são submetido todos os dias os moradores de Manguinhos mais uma vez não passasse em branco.

Um representante do Sindicatos dos trabalhadores da Fiocruz entrou em contato conosco fomos à assembleia trabalhadores que acontecia no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública – Ensp – dar o informe sobre o caso e fazer a provocação para que a Fiocruz se posicionasse.

A provocação surtiu efeito. Após mais ou menos 1 hora do fim da assembleia, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, veio a Manguinhos e falou com o responsável pela UPP – Capitão Toledo – e com a família de Paulo Roberto. Nesta conversa também estava presente representante da comissão de Direitos Humanos da Alerj.

Várias arbitrariedades aconteceram nesse dia. Policiais apontaram arma no peito da filha mais nova da mãe de Paulo Roberto; responderam com rispidez a nós que tentávamos apaziguar o conflito Instaurado entre polícia e população, uma consequência da violência que ocorreu; pudemos ter a prova de como os policiais constantemente tratam as mulheres, chamando de “piranha” pra baixo. A representante da Comissão de DH denunciou o fato para o comandante Toledo, mas sabemos que essa é uma prática recorrente, e várias, várias pessoas relataram muitas outras formas de violação.

O pessoal da A Nova Democracia está a postos para filmar qualquer registro de ataque policial, pois na fala dos moradores estava a certeza de que a partir da saída dos representantes dos direitos humanos, o cenário ficaria muito ruim.

Amanhã pela manhã acontece o velório do jovem às 10h na Associação de Moradores do Parque João Goulart – em frente ao campo do Soçaite. Os trabalhadores da Fiocruz farão um ato que também se inicia às 10h com um abraço ao Castelo e depois retorna para a Leopoldo Bulhões. A INTENÇÃO É FECHAR A RUA PRA DENUNCIAR TODA ESSA VIOLÊNCIA DESMEDIDA, IRRACIONAL E REVOLTANTE.

Toda participação é mais do que bem-vinda. É necessária.

O discurso de que era drogado, tinha passagem pela polícia, etc já está sendo utilizado pra mais uma vez credenciar esse tipo de atuação. Tá na hora dessa hipocrisia cair por terra e de percebermos que a prática policial não varia de acordo com a conduta; varia sim com território e principalmente com a cor”

Mais informações: Passa Palavra e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência

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Ninguém ficará para trás!

Afirmar que vivemos uma guerra não é uma ameaça, é reconhecer o que está diante dos nossos olhos. A dominação não demonstra nenhuma intenção de ceder, assim como nós não temos nenhuma de desistir. No acirramento dessa disputa muitas quedas virão, mas é preciso ter em mente que os fracassos nunca são definitivos e que fazem parte da história das vitórias.1383243

No dia 16 de outubro, o Rio de Janeiro viu novamente o que a repressão é capaz. As informações ainda divergem de acordo com a fonte, mas segundo o grupo de advogados “Habeas Corpus” foram 195 detidos e desses 84 estão, nesse momento, presos. As acusações variam: formação de quadrilha ou bando, roubo, incêndio, dano ao patrimônio público, lesão corporal e corrupção de menores. A nova lei de organização criminosa está sendo usada para criminalizar muitos dos que foram pegos, o que está gerando absurdos como a busca de um líder do grupo e a invenção de supostos ganhos materiais obtidos com os“vandalismo”. Durante o protesto os policiais usaram as armas de sempre: bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, balas de borracha, armas de choque e – para não restar dúvidas quanto ao não-diálogo – armas de fogo.

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Esse é o resultado catastrófico que o Estado impôs a uma passeata convocada pelos professores estaduais e municipais. A greve começou no início de agosto e tem como objetivo impedir a imposição de um modelo empresarial de educação. As propostas do governo não dialogaram com nenhuma das demandas do movimento; para eles só importa o que eles querem. Essa greve, porém, não pode ser entendida isoladamente, ela faz parte de um ciclo de revoltas que explodiu na cidade e no país desde junho. Os motivos da indignação são muitos, mas está claro que a intransigência do capital será cada vez menos aceitável.

Nessa mesma semana, 17 mandatos foram expedidos contra manifestantes. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos e,foi revelado um esquema de investigação que contava com escutas telefônicas desde julho. A partir do momento em que estar nas ruas é ser suspeito, fica claro o quão grave é a nossa situação. Não vamos pedir autorização para resistir, resistiremos. Nenhuma grade aprisionará nossa luta pela dignidade.

Agora é urgente a construção de uma rede de solidariedade aos presos. Devemos ficar atentos aos seus destinos e realizar uma campanha massiva pelas libertações. É necessário que nos organizemos para uma arrecadação massiva de fundos para os possíveis gastos,

Ninguém ficará para trás!

Versão em espanhol.

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Versão em grego.