Category Archives: Violência policial

Morador de rua está preso desde junho por carregar Pinho Sol e água sanitária

Sem ser julgado, Rafael Vieira está em penitenciária por levar frascos na manifestação do dia vinte de junho no centro do Rio de Janeiro

Rafael Vieira foi preso porque carregava um frasco de desinfetante Pinho Sol e outro de água sanitária no dia 20 de junho. Vieira foi detido ao sair de uma loja abandonada no centro do Rio de Janeiro, que estava com suas portas arrombadas antes da sua chegada. Ele foi visto com os dois frascos que, segundo o depoimento dos policiais, eram “artefatos semelhante ao coquetel molotov”. Por isso, segue no complexo presidiário de Japeri, município na região metropolitana do Rio, quase cinco meses após ser levado.

Os protestos tinham se multiplicado pelo país na semana da prisão de Vieira. Depois de uma noite de dura repressão em São Paulo, na quinta-feira anterior, as manifestações se massificaram e ganharam o apoio até da grande imprensa, que antes pedia “ação contundente” contra quem “atrapalhava o trânsito” nas cidades. Era uma “grande festa” pelo país, onde, na percepção da imprensa, a polícia não cometia mais abusos e mais de um milhão de pessoas foram às ruas em todo o país. No Rio, quatro foram presos naquela noite por furto qualificado e soltos posteriormente. Negro, morador de rua e catador de latinhas, Vieira não teve a mesma sorte. Com 26 anos de idade, ele já havia sido preso duas vezes por roubo, em 2006 e 2008, e cumpriu as penas completas.

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[Violência Policial] Notícias sobre os dois manifestantes ainda presos:

1) Jair S. R. (Baiano) – O Instituto de Defensores de Direitos Humanos – DDH vai protocolar hoje (29/10) Habeas Corpus visando sua liberdade;

2) Rafael B. V. – O caso está a cargo da Defensoria. A liberdade provisória foi pedida e negada. Houve audiência, MP e Defensoria fizeram alegações finais e atualmente se aguarda decisão.

Ninguém será esquecido!

Fonte: DDH

[Violência Policial] BAIANO, O ÚLTIMO PRESO POLÍTICO DO DIA 15 DE OUTUBRO

BAIANO, O ÚLTIMO PRESO POLÍTICO DO DIA 15 DE OUTUBRO

Jair Seixas Rodrigues é um ativista, membro da Frente Internacionalista dos Sem Teto (FIST). Militante político assíduo nas manifestações, é famoso por seu megafone que toca sirene e música de ‘Titanic’, participou das duas edições do Ocupa Cabral e do Ocupa Câmara Rio. Despojado, humilde e alegre, é uma pessoa simples, mas que em sua vida de ativismo social já viajou por mais de 20 países em todo mundo e fala inglês, francês, espanhol e norueguês.
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Quando houve o terremoto no Haiti, participou como voluntário da missão humanitária e carregou corpos das vítimas. Viajou à África do Sul para conhecer mais sobre a vida de Nelson Mandela. Já esteve nos Estados Unidos e viveu na Europa. Em Salvador trabalhou com oficina de música para crianças de rua. Hoje trabalha incansavelmente em prol daqueles que não acesso à moradia devido à intensa especulação imobiliária no Rio de Janeiro.

Foi preso de forma completamente arbitrária no Centro da cidade no dia 15 de outubro, em meio a diversos advogados do DDH e fora da manifestação. Estava apenas caminhando e, ao se afastar um pouco, foi puxado por um grupo de policiais, como pode ser visto a partir dos 2:55 do seguinte twitcast: http://twitcasting.tv/woodydudu/movie/22392405

Baiano estava sem identidade (retirada pela própria PM em outra oportunidade) e os PMs disseram que iam apenas levá-lo para 17ª DP para sarquear (verificar a existência de mandatos em seu nome) e liberá-lo depois. Ele foi levado então para a 5ª DP, onde lhe foi imputado um flagrante do crime de associação criminosa armada, sem o menor subsídio jurídico, pelo fato de ele ter sido supostamente visto no local em que uma viatura da polícia foi incendiada.

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[Violência policial] Mais um assassinato: Manguinhos

manguinhosNa quarta-feira 16/10,  a UPP de Manguinhos espancou até a morte um jovem.
Hoje nais cedo familiares e moradores fizeram protestos e atacaram a polícia com pedras e paus. A UPP abriu fogo e baleou mais um morador. A jovem foi encaminhada ao hospital.
“A verdade é dura, a UPP também é ditadura!!”

Nota do Fórum Social de Manguinhos – FSM.:

“Prezados,Nós moradores de Manguinhos fazemos abaixo um relato da situação que vivemos hoje, mais um dia de morte, mais um dia de luto e de luta:Haviam muitos jovens e crianças nas ruas, com muito ódio e atirando pedras na polícia. A polícia respondia com bombas, e anteriormente já havia respondido com mais truculência, com BALA mesmo, tanto que algumas pessoas foram parar no hospital – uma jovem de 17 anos foi baleada na perna.
Falamos com a mãe do Paulo Roberto e nos colocamos à disposição para qualquer coisa. E de

acordo com ela, a morte de seu filho foi pela mão dos policiais:”Meu filho não estava sozinho. Por que eles deixaram os outros meninos irem embora e mataram meu filho? Botaram os meninos pra sair fora, fecharam o beco, não deixaram ninguém passar e lá mesmo eles fizeram o massacre com o meu filho dentro do beco”

Uma fato importante foi que os trabalhadores da Fiocruz fizeram uma paralisação por conta da prisão de Paulo Bruno, professor e pesquisador da Ensp. Ao sabermos disso, fizemos uma provocação para que a violência a que são submetido todos os dias os moradores de Manguinhos mais uma vez não passasse em branco.

Um representante do Sindicatos dos trabalhadores da Fiocruz entrou em contato conosco fomos à assembleia trabalhadores que acontecia no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública – Ensp – dar o informe sobre o caso e fazer a provocação para que a Fiocruz se posicionasse.

A provocação surtiu efeito. Após mais ou menos 1 hora do fim da assembleia, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, veio a Manguinhos e falou com o responsável pela UPP – Capitão Toledo – e com a família de Paulo Roberto. Nesta conversa também estava presente representante da comissão de Direitos Humanos da Alerj.

Várias arbitrariedades aconteceram nesse dia. Policiais apontaram arma no peito da filha mais nova da mãe de Paulo Roberto; responderam com rispidez a nós que tentávamos apaziguar o conflito Instaurado entre polícia e população, uma consequência da violência que ocorreu; pudemos ter a prova de como os policiais constantemente tratam as mulheres, chamando de “piranha” pra baixo. A representante da Comissão de DH denunciou o fato para o comandante Toledo, mas sabemos que essa é uma prática recorrente, e várias, várias pessoas relataram muitas outras formas de violação.

O pessoal da A Nova Democracia está a postos para filmar qualquer registro de ataque policial, pois na fala dos moradores estava a certeza de que a partir da saída dos representantes dos direitos humanos, o cenário ficaria muito ruim.

Amanhã pela manhã acontece o velório do jovem às 10h na Associação de Moradores do Parque João Goulart – em frente ao campo do Soçaite. Os trabalhadores da Fiocruz farão um ato que também se inicia às 10h com um abraço ao Castelo e depois retorna para a Leopoldo Bulhões. A INTENÇÃO É FECHAR A RUA PRA DENUNCIAR TODA ESSA VIOLÊNCIA DESMEDIDA, IRRACIONAL E REVOLTANTE.

Toda participação é mais do que bem-vinda. É necessária.

O discurso de que era drogado, tinha passagem pela polícia, etc já está sendo utilizado pra mais uma vez credenciar esse tipo de atuação. Tá na hora dessa hipocrisia cair por terra e de percebermos que a prática policial não varia de acordo com a conduta; varia sim com território e principalmente com a cor”

Mais informações: Passa Palavra e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência

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