Na quarta-feira 16/10, a UPP de Manguinhos espancou até a morte um jovem.
Hoje nais cedo familiares e moradores fizeram protestos e atacaram a polícia com pedras e paus. A UPP abriu fogo e baleou mais um morador. A jovem foi encaminhada ao hospital.
“A verdade é dura, a UPP também é ditadura!!”
Nota do Fórum Social de Manguinhos – FSM.:
acordo com ela, a morte de seu filho foi pela mão dos policiais:”Meu filho não estava sozinho. Por que eles deixaram os outros meninos irem embora e mataram meu filho? Botaram os meninos pra sair fora, fecharam o beco, não deixaram ninguém passar e lá mesmo eles fizeram o massacre com o meu filho dentro do beco”
Uma fato importante foi que os trabalhadores da Fiocruz fizeram uma paralisação por conta da prisão de Paulo Bruno, professor e pesquisador da Ensp. Ao sabermos disso, fizemos uma provocação para que a violência a que são submetido todos os dias os moradores de Manguinhos mais uma vez não passasse em branco.
Um representante do Sindicatos dos trabalhadores da Fiocruz entrou em contato conosco fomos à assembleia trabalhadores que acontecia no auditório térreo da Escola Nacional de Saúde Pública – Ensp – dar o informe sobre o caso e fazer a provocação para que a Fiocruz se posicionasse.
A provocação surtiu efeito. Após mais ou menos 1 hora do fim da assembleia, Paulo Gadelha, presidente da Fiocruz, veio a Manguinhos e falou com o responsável pela UPP – Capitão Toledo – e com a família de Paulo Roberto. Nesta conversa também estava presente representante da comissão de Direitos Humanos da Alerj.
Várias arbitrariedades aconteceram nesse dia. Policiais apontaram arma no peito da filha mais nova da mãe de Paulo Roberto; responderam com rispidez a nós que tentávamos apaziguar o conflito Instaurado entre polícia e população, uma consequência da violência que ocorreu; pudemos ter a prova de como os policiais constantemente tratam as mulheres, chamando de “piranha” pra baixo. A representante da Comissão de DH denunciou o fato para o comandante Toledo, mas sabemos que essa é uma prática recorrente, e várias, várias pessoas relataram muitas outras formas de violação.
O pessoal da A Nova Democracia está a postos para filmar qualquer registro de ataque policial, pois na fala dos moradores estava a certeza de que a partir da saída dos representantes dos direitos humanos, o cenário ficaria muito ruim.
Amanhã pela manhã acontece o velório do jovem às 10h na Associação de Moradores do Parque João Goulart – em frente ao campo do Soçaite. Os trabalhadores da Fiocruz farão um ato que também se inicia às 10h com um abraço ao Castelo e depois retorna para a Leopoldo Bulhões. A INTENÇÃO É FECHAR A RUA PRA DENUNCIAR TODA ESSA VIOLÊNCIA DESMEDIDA, IRRACIONAL E REVOLTANTE.
Toda participação é mais do que bem-vinda. É necessária.
O discurso de que era drogado, tinha passagem pela polícia, etc já está sendo utilizado pra mais uma vez credenciar esse tipo de atuação. Tá na hora dessa hipocrisia cair por terra e de percebermos que a prática policial não varia de acordo com a conduta; varia sim com território e principalmente com a cor”
Mais informações: Passa Palavra e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência