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CARTA DENÚNCIA elaborada pela Delegação dos profissionais de educação

“ATENÇÃO: CARTA DENÚNCIA elaborada pela Delegação dos profissionais de educação participantes da caravana à Brasília de 24/10/1013 distribuída ontem na Assembleia da Rede Estadual. A direção central impediu a leitura da mesma!

Pela presente, nós profissionais da educação das redes estadual e municipal do Rio de Janeiro, estabelecemos um breve histórico de ações equivocadas de parte significativa da direção do sepe central, que culminou com a rendição da nossa categoria à negociação vergonhosa imposta pela intransigência dos governos estadual e municipal e acatada, subordinadamente e arbitrariamente, pela direção do nosso sindicato.

Citamos alguns dos fatos que fundamentam nossa posição:

12/08 – REDE ESTADUAL: direção não divulgou a reunião de negociação com o Pezão. A Categoria poderia ter ido, em peso, para pressionar o governo. Os poucos companheiros que souberam da reunião foram para o palácio acabaram massacrados pela polícia (sendo que alguns ficaram bastante feridos). Enquanto isso os membros da direção ficaram atrás dos policiais. Essa ação vergonhosa, foi amplamente divulgada através do Mídia Ninja (tendo cerca de 800 visualizações ao vivo). Por fim, enquanto os companheiros da base foram expulsos pela porta da frente, os membros da direção se retiraram covardemente pelos fundos.
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Ninguém ficará para trás!

Afirmar que vivemos uma guerra não é uma ameaça, é reconhecer o que está diante dos nossos olhos. A dominação não demonstra nenhuma intenção de ceder, assim como nós não temos nenhuma de desistir. No acirramento dessa disputa muitas quedas virão, mas é preciso ter em mente que os fracassos nunca são definitivos e que fazem parte da história das vitórias.1383243

No dia 16 de outubro, o Rio de Janeiro viu novamente o que a repressão é capaz. As informações ainda divergem de acordo com a fonte, mas segundo o grupo de advogados “Habeas Corpus” foram 195 detidos e desses 84 estão, nesse momento, presos. As acusações variam: formação de quadrilha ou bando, roubo, incêndio, dano ao patrimônio público, lesão corporal e corrupção de menores. A nova lei de organização criminosa está sendo usada para criminalizar muitos dos que foram pegos, o que está gerando absurdos como a busca de um líder do grupo e a invenção de supostos ganhos materiais obtidos com os“vandalismo”. Durante o protesto os policiais usaram as armas de sempre: bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo, balas de borracha, armas de choque e – para não restar dúvidas quanto ao não-diálogo – armas de fogo.

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Esse é o resultado catastrófico que o Estado impôs a uma passeata convocada pelos professores estaduais e municipais. A greve começou no início de agosto e tem como objetivo impedir a imposição de um modelo empresarial de educação. As propostas do governo não dialogaram com nenhuma das demandas do movimento; para eles só importa o que eles querem. Essa greve, porém, não pode ser entendida isoladamente, ela faz parte de um ciclo de revoltas que explodiu na cidade e no país desde junho. Os motivos da indignação são muitos, mas está claro que a intransigência do capital será cada vez menos aceitável.

Nessa mesma semana, 17 mandatos foram expedidos contra manifestantes. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos e,foi revelado um esquema de investigação que contava com escutas telefônicas desde julho. A partir do momento em que estar nas ruas é ser suspeito, fica claro o quão grave é a nossa situação. Não vamos pedir autorização para resistir, resistiremos. Nenhuma grade aprisionará nossa luta pela dignidade.

Agora é urgente a construção de uma rede de solidariedade aos presos. Devemos ficar atentos aos seus destinos e realizar uma campanha massiva pelas libertações. É necessário que nos organizemos para uma arrecadação massiva de fundos para os possíveis gastos,

Ninguém ficará para trás!

Versão em espanhol.

Versão em francês.

Versão em grego.