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Nos encontramos nas sombras…

Carxs, o projeto do blog está temporariamente suspenso. Durou pouca sua vida, mas sabíamos que isso era possível quando o iniciamos. A ideia era bastante ambiciosa e bastante trabalhosa: conseguir compilar em um espaço livre e independente as notícias das lutas no Rio de Janeiro. Não estamos conseguindo manter esse projeto, pois a luta e a vida está nos levando para outros calendários e outras geografias.

Decidimos não deletá-lo, pois esperamos que algum dia possamos nos dedicar efetivamente a essa ideia. Continuaremos olhando o e-mail de tanto em tanto e ficamos felizes com as parcerias que conseguimos estabelecer nesse pouco tempo de vida.

Até!

SOBRE A PROTEÇÃO DOS MANIFESTANTES – CUIDADOS BÁSICOS

Estamos vivendo num Estado de exceção, onde os direitos e as garantias constitucionais fundamentais têm sido constantemente desrespeitados e a repressão e criminalização dos movimentos sociais têm sido cada vez mais reforçadas, inclusive, com a publicação de novas leis que modificam ou criam novos tipos penais e recrudescem as penas de alguns delitos – como a lei de organizações criminosas que transformou a antiga quadrilha ou bando em associação criminosa, criando uma nova causa de aumento de pena, além de tornar crime promover, constituir, financiar ou integrar uma organização criminosa.
Essa nova lei foi aplicada aos que foram presos em 15 de outubro, deixando claro que o Estado está reforçando a repressão contra os que lutam, para por fim às manifestações, já que antes quem era preso por formação de quadrilha podia pagar fiança e ser liberado no mesmo dia. Agora, com o aumento de pena para associação criminosa com participação de crianças e adolescentes, não caberia mais fiança para os que são presos sob essa alegação.
Por isso, os manifestantes devem saber seus direitos. Alguns cuidados básicos devem ser tomados por todos que estão na luta, lembrando que a proteção de um é a proteção de todos. A solidariedade e a ajuda mútua são a única forma de realizar a defesa dos manifestantes.
• NA INTERNET:
– Não há anonimato na internet, portanto, o que é postado é conhecido por todos. A internet é um espaço público e facilmente acessível. Mesmo os perfis criados com nomes distintos podem logo ser identificados. As mensagens privadas também podem ser facilmente lidas por outras pessoas.
– As atividades e atos divulgados pela internet são acessados por todos, inclusive pela polícia.
– Fotos e vídeos facilitam a identificação dos manifestantes. A polícia pode manipular essas informações de modo a incriminar as pessoas.
– A indicação de relação de uma pessoa com grupos específicos ou determinadas ações pode auxiliar a polícia, especialmente se essa pessoa estiver presa.
– O perfil em redes sociais aberto ao público permite que todos vejam suas postagens e tenham acesso a suas informações. Isso facilita o trabalho da polícia.
– Qualquer informação pode ser manipulada e usada contra os manifestantes. Mesmo recursos considerados de segurança podem ser neutralizados por técnicas utilizadas pelos aparelhos de repressão.
• NO TELEFONE:
– Existem leis que permitem a interceptação telefônica e, ainda que essas leis sejam inconstitucionais por violar a intimidade das pessoas, elas são aplicadas na prática. As interceptações das comunicações, mesmo sem autorização judicial, são práticas correntes pela polícia. Conversas ao telefone, inclusive com pessoas de confiança, podem apresentar riscos, já que podem ser objeto de escuta telefônica.
– A afirmação de que viu ou sabe quem fez determinado ato, mesmo que no telefone com alguém de confiança, pode chegar a conhecimento da polícia.
– Mesmo desligado o celular é capaz de captar conversas. Apenas quando se tira a bateria do aparelho ele perde essa capacidade.
– O número pré-pago é mais facilmente descartado pois exige menos burocracia para seu desligamento. O abandono desse número após detenções arbitrárias dificulta a realização da interceptação.
– O celular bloqueado (onde é necessário por uma senha para ter acesso aos dados do telefone) dificulta o acesso aos seus dados.
– A memória do celular pode guardar informações que podem ser usadas contra as pessoas. Apagaras mensagens e descartar o cartão de memória dificulta o acesso a seus dados.
– Anotar os contatos na memória do aparelho ou no chip através de apelidos e sem menção a grupos preserva as pessoas.
– O GPS do celular pode possibilitar a sua localização no tempo e no espaço.
– Ninguém é obrigado a dar nenhuma senha (de desbloqueio do aparelho, de facebook ou email) nem os dados das contas.
– As mesmas precauções com relação à internet aplicam-se ao telefone.
• NAS PLENÁRIAS E ASSEMBLEIAS:
– As plenárias e assembleias são espaços abertos, logo, a possibilidade de existirem policiais e pessoas infiltradas é grande.
– A menção ao próprio nome, a assinatura em listas de presença e o fornecimento de dados pessoais podem facilitar a identificação por parte da polícia.
– Fotos e filmagens de reuniões podem ser manipuladas e usadas como prova para criminalizar o movimento.
– É possível que um agente infiltrado comece a conversar com alguém do público, fazendo perguntas sobre a reunião ou seus membros, a fim de obter dados e provas. Essas conversas podem prejudicar os presentes.
– Pessoas suspeitas podem estar na reunião e apenas a identificação dessa pessoa pode trazer segurança para a plenária.
– Mesmo em locais públicos, é possível que haja agentes infiltrados. Conversar sobre a manifestação em um bar ou ônibus pode dar informações para a polícia.
– A lei de organizações criminosas reforçou a ação de infiltração de agentes e apenas a união e a confiança podem realizar a proteção dos presentes.
• NAS REUNIÕES FECHADAS:
– As reuniões fechadas são feitas apenas com pessoas conhecidas.
– Apenas quando se tira a bateria do celular o aparelho perde a capacidade de captar conversas.
• NAS MANIFESTAÇÕES:
– Por lei, ninguém é obrigado a portar documento de identidade, entretanto, em abordagens policiais é realizada a identificação pessoal. A entrega de um documento com foto é suficiente para a identificação.
-Ir e andar sozinho pode facilitar a perseguição. Manter contato constante com seus amigos, antes, durante e depois da manifestação ajuda na realização da proteção de cada um.
– Usar a mesma roupa, mochila e tênis nos atos facilita a identificação por parte da polícia, especialmente após realização de prisões.
– Não é crime ter e usar máscaras nem cobrir o rosto. Todavia, a repressão tem sido mais severa contra os que estão de máscara. Avaliar, junto com os amigos, a melhor hora de por e tirar a máscara traz mais segurança individual.
– Muitas revistas estão acontecendo, especialmente, por quem está com mochilas. Não carregar nada que pode ser usado maliciosamente – como punhais, canivetes e tesouras – é prudente.
– O cuidado tem que ser redobrado no final das manifestações pois muitas prisões ocorrem quando as pessoas já estão voltando para casa. Saber a hora de ir embora é importante. Quando acabar o ato, voltar para casa junto com outras pessoas é a melhor garantia. Trocar de roupa (especialmente de camiseta) dificulta a identificação por parte da polícia, pois a repressão identifica as pessoas pela roupa. Qualquer material ou roupa que possa identificar uma pessoa como manifestante pode ser usado contra ela. Voltar para a casa como se estivesse saindo do trabalho é mais seguro. Quando alguém não é encontrado, é importante entrar em contato com algum advogado.
– Ter sempre o número de um advogado é importante.
• NA ABORDAGEM OU NAS PRISÕES DURANTE A MANIFESTAÇÃO:
– As prisões tem sido ilegais e muitas vezes há “plantação” de provas. Ou seja, os policiais prendem alguém e dizem que essa pessoa fez coisas que não fez, chegando a mostrar materiais e instrumentos que não são dela. Portanto, estarem grupo é fundamental.
– Questionar a abordagem, perguntando aos policiais para onde o preso será levado, saber o nome do policial que está realizando a prisão, seu posto e dados é direito do preso. O policial tem que se identificar.
-Fotos e filmes das prisões ajudam a mostrar que as prisões são ilegais.
– É mais fácil encontrar uma pessoa que está sendo presa quando ela se indica seu nome e telefone ao ser presa. Quem está sendo preso poder indicar seu nome e telefone (mesmo que não conheça quem está a sua volta) e os que estão próximos podem anotar essas informações, mesmo que não conheçam quem está sendo preso. Repassar as informações aos advogados ajuda a localizar o preso.
– De acordo com a lei brasileira, as pessoas só podem ser presas em flagrante ou por ordem judicial. Por isso, é direito de cada um saber porque está sendo preso. As prisões para averiguação (sarqueamento) são ilegais.
– Resistir a ordens ilegais é um direito, Entretanto, a violência da polícia ao realizar prisões é maior quando a pessoa está sozinha. Gritar que não está resistindo à prisão ajuda a evitar a imputação de crimes por parte da polícia.
– Organizar uma lista com o nome de todos os que estão sendo presos, em caso de prisões coletivas, ajuda na localização dos presos.
– Ninguém precisa dizer nada para os policiais. Não precisa responder nenhuma pergunta nem passar nenhuma informação. Permanecer calado é um direito tanto durante a prisão como na delegacia. Os policiais buscam sempre depoimentos informais, tipo “conversa amiga”, e depois usam essas informações contra as pessoas. Entregar o documento e afirmar quer um advogado é o suficiente.
• NA ABORDAGEM EM CASA OU OUTRAS OCASIÕES:
– Quando alguém está em casa, só deve acompanhar os policiais para a delegacia se houver um mandado de prisão expedido. O nome tem que estar escrito corretamente no mandado. Caso o nome não esteja correto ou haja erros de grafia, a prisão não pode ocorrer e, portanto, é legítima a recusa em ir preso. Se for um mandado de busca e apreensão, apenas os materiais indicados pelo juiz devem ser levados. É prudente que alguém acompanhe a situação para saber para onde os bens são levados. Mas não precisa ser o dono dos bens. Entrar em contato com um advogado imediatamente é importante. Registrar tudo por meio de fotos e filmes ajuda a comprovar os excessos policiais.
– Resistir à prisão quando se está sozinho, mesmo que seja uma prisão ilegal, pode ser perigoso diante da truculência policial.
– A senha de acesso ao computador impede que o computador seja rapidamente acessado. Ninguém é obrigado a fornecer essa ou outras senhas e dados (nem facebook, nem email).
– A polícia usa materiais encontrados em casa para incriminar as pessoas, tais como CDs, bandeiras, estilingue, escudos, máscaras, etc – ainda que tudo isso seja legal e permitido por lei.
– Vídeos e fotos de manifestação no computador podem ser usados pela polícia para incriminar pessoas. Não possuir esses dados no computador e guarda-los em outros locais dificulta a repressão.
• NA DELEGACIA E NA PRISÃO:
-Você tem o direito de permanecer calado. Qualquer palavra dita pode ser usada contra você. “Sim”, “não”, “não sei” podem ser usados pela acusação. Ser acompanhado por um advogado – inclusive em depoimentos – é um direito. Falar a verdade para advogados de confiança, relatando os abusos policiais, e seguir a orientação dos advogados ajuda na realização da defesa.
– A polícia vai tentar faze-lo falar e, para isso, pode usar diferentes métodos. Pode prolongar o tempo da prisão para causar desgaste físico e psicológico. Inclusive, pode afirmar que irá soltar os que falarem. Isso é tática para manipular informações. Não conversar com a polícia – nem informalmente – é um direito. Confiar em policiais pode ser perigoso.
– Os policiais mentem. Eles tentam jogar uma pessoa contra a outra e contra os advogados. Se a polícia afirmar que alguém “contou tudo”, ela está aplicando uma técnica de obter informações. Eles fazem isso para buscar provas e incriminar as pessoas.
– Não ocorrem prisões porque os advogados pediram exames. Isso pode ser afirmado pela polícia para jogar os presos contra os advogados.
– Passar informações ou falar sobre os outros manifestantes pode ajudar a polícia.
– A escuta ambiental é comum na busca de informações, mesmo que seja ilegal. Quando alguém fala sobre o que viu ou sobre o que aconteceu durante a manifestação, mesmo que com os outros manifestantes, pode dar dados para a polícia. Até em salas onde só há manifestantes é possível que haja alguma escuta.
– Todo preso tem direito a telefonar para a família ou para um advogado. Entretanto, parentes e amigos que não tem conhecimento dos acontecimentos podem atrapalhar. É normal que familiares fiquem nervosos e, às vezes, queiram fazer acordos. É uma prisão política e acordos com os delegados ou com a polícia podem prejudicar a defesa.
– Os estrangeiros têm direito a um intérprete.
– Caso queira, é um direito do preso entregar os pertences aos familiares ou aos advogados.
– No caso das manifestações, os policiais prendem as pessoas atribuindo a elas crimes que não cometeram e indicando que foram presas “em flagrante”. Ou seja, afirmam que foram presas enquanto estavam cometendo os crimes. Quando ocorre prisão em flagrante, a pessoas é conduzida até a delegacia. Há delegados que não cedem ás pressões políticas dos superiores e, percebendo que a prisão é ilegal, logo liberam os presos. As vezes apenas pegam os dados e fazem um procedimento simples antes de liberar. Outro delegados, cedendo às pressões políticas, decidem fazer o “auto de prisão em flagrante”, ouvir as testemunhas e o detido, emitindo a “nota de culpa” (notificação formal da prisão). Em alguns casos (crimes menos graves), o preso é posto em liberdade em seguida, com ou sem o pagamento de fiança. Em outros casos, a pessoa permanece presa, até que a prisão seja avaliada pelo Ministério Público e pelo juiz. A prisão em flagrante pode ser convertida em prisão preventiva. A tendência dos delegados que sofrem pressões políticas é enquadrar os manifestantes em associação criminosa com participação de adolescentes, negando aos presos a possibilidade de pagar fiança e deixando-os mais tempos na prisão.
– Ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.
– Manter a calma é fundamental. Caso não haja nenhuma advogado na delegacia, é direito do preso aguardar. Há advogados dispostos a ajudar e comprometidos em garantir a liberdade de cada um.

O cansaço não é uma opção!

Não estamos todos aqui, faltam os presos. Essa é a sensação de nós que não esquecemos de Baiano e de Rafael. Eles têm sido uma das formas do Estado se vingar da nossa ousadia. Eles não aceitariam tão facilmente tanto distúrbio e agora querem nos fazer temer para que durmam em paz. Porém não esquecemos os presos e enquanto estiverem lá, estaremos aqui lutando contra as opressões e pela libertação de todos. Eles apostam no nosso cansaço e no nosso esquecimento, mas todos sabem que quem recebe a tapa nunca esquece.

Rafael Vieira foi preso no dia 20 de junho por portar produtos de limpeza. Saía da sua casa, uma loja abandonada, no centro do Rio de Janeiro quando se deparou com a maior manifestação política na história recente do país. Agora está encarcerado no complexo presidiário de Japeri. Obviamente o fato de ser negro e morador de rua explicam o motivo de ainda estar encarcerado. Um frasco de desinfetante e outro de água sanitária de plástico não podem ser usados como Coquetel Molotov como é alegado pela justiça. Mas ainda assim não há previsão para o seu julgamento. Mais do que um nome ele é a realidade do que o Estado faz com negros e pobres.

Já Baiano, Jair Seixas Rodrigues, foi preso no dia 15 de outubro nos protestos no Rio de Janeiro, foi acusado de ser parte do Black Bloc. Esse nome virou uma grande ficção midiática criada para criminalizar qualquer um que estiver nas ruas. Não existem provas que o conectem a nenhum grupo de confronto de rua, mas isso não importa mais no Brasil. Agora ele se encontra no presídio Bangu 9 e está recebendo mais apoio que Rafael por conta da sua militância. O seu julgamento está marcado para terça-feira (19/11) e aguardamos ansiosos para ver o resultado.

Dois integrantes do movimento “Ocupa Câmera” fazem greve de fome pela libertação dos presos desde o dia 7 de novembro. Afirmam que só pararão no dia que a demanda for acatada. Alguns outros coletivos se mobilizam pelos presos e aqui nos juntamos a esse esforço. Acreditamos ser esse um momento oportuno para pensarmos seriamente por aqui que não existem “presos políticos”, pois todos são presos políticos por ousarem desafiar as leis do capital. Os contatos dos manifestantes que foram encarcerados com os outros presos nos relembraram para o fato de que esses campos de concentração chamados presídio são lugares onde podem ser construídas cumplicidades contra as opressões do cotidiano. Por isso clamamos pela libertação imediata de todos os presos (sem adjetivos).

A liberdade é o crime que contem todos os crimes!

Recebido por e-mail.

Morador de rua está preso desde junho por carregar Pinho Sol e água sanitária

Sem ser julgado, Rafael Vieira está em penitenciária por levar frascos na manifestação do dia vinte de junho no centro do Rio de Janeiro

Rafael Vieira foi preso porque carregava um frasco de desinfetante Pinho Sol e outro de água sanitária no dia 20 de junho. Vieira foi detido ao sair de uma loja abandonada no centro do Rio de Janeiro, que estava com suas portas arrombadas antes da sua chegada. Ele foi visto com os dois frascos que, segundo o depoimento dos policiais, eram “artefatos semelhante ao coquetel molotov”. Por isso, segue no complexo presidiário de Japeri, município na região metropolitana do Rio, quase cinco meses após ser levado.

Os protestos tinham se multiplicado pelo país na semana da prisão de Vieira. Depois de uma noite de dura repressão em São Paulo, na quinta-feira anterior, as manifestações se massificaram e ganharam o apoio até da grande imprensa, que antes pedia “ação contundente” contra quem “atrapalhava o trânsito” nas cidades. Era uma “grande festa” pelo país, onde, na percepção da imprensa, a polícia não cometia mais abusos e mais de um milhão de pessoas foram às ruas em todo o país. No Rio, quatro foram presos naquela noite por furto qualificado e soltos posteriormente. Negro, morador de rua e catador de latinhas, Vieira não teve a mesma sorte. Com 26 anos de idade, ele já havia sido preso duas vezes por roubo, em 2006 e 2008, e cumpriu as penas completas.

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Página do Anonymous é hackeada

Anonymous Rio – Fase 2 [Reocupar!]

Na véspera do dia 5 de novembro de 2013, a página Anonymous Rio foi invadida por alguém que não assumiu a autoria. Invadiram, excluíram os administradores e só. Sem explicação, sem motivo, sem justificativa, sem ninguém assumindo o ato claramente. Esse não é e nunca foi o proceder de Anonymous ou mesmo de LulzSec, e sempre dissemos isso; nos reconhecerão pelo que fazemos e não pelo que dizemos ser. Pois bem, isso não vai deter uma ideia.

No meio do mês passado nós já havíamos sido alertados de que sofreríamos ataque por parte das forças do Estado antes do dia 5 de novembro, será que foi? Até para níveis estatais pareceu tudo muito infantil, brincadeira de moleques inconsequentes. Pode ter sido, pode não ser. Pelo visto, jamais saberemos. Mas isso não nos desestabilizar em absolutamente nada. Haviam mais de 173 mil pessoas na página usurpada, cremos que em um tempo relativamente rápido chegaremos nesse número aqui. Mas dependemos de vocês.
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Não vá sem um advogado. É um direito seu!

Muitas intimações foram expedidas convocando manifestantes para prestar depoimento na Cidade da Polícia. O DDH lembra que é direito do cidadão depor apenas na presença de advogados. Caso você tenha sido intimado e não tenha advogado, entre em contato com o DDH nos seguintes números:

Natália 99516-8627
Coelho 99959-1619
Larissa 96943-8999

Mais uma vez, a repressão

O dia hoje amanheceu com mais uma ocupação no Rio de Janeiro.
A frente da camara dos vereadores foi novamente ocupada por manifestantes durante a madrugada, porém poucas horas depois a GM agiu com a truculência de sempre
e saiu arrastando barracas e militantes, dois já foram detidos.
Nesse momento a galera precisa de reforços, toda ajuda é necessária para que eles
consigam manter a ocupação.

Ocupar, Resistir, Lutar pra garantir!!!!!

Endurecimento penal para calar protestos

– Governo federal cria grupo integrando de serviço de inteligência e de policias para perseguir manifestantes

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Foto: Luiz Baltar

No dia 31 de outubro de 2013, o Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, reuniu-se com os Secretários de Segurança Pública do Rio de Janeiro e de São Paulo, para debater a violência em manifestações. A despeito dos diversos relatos e denúncias sobre os abusos e violências das forças de segurança pública em ambos os estados, o governo federal esta propondo um novo endurecimento punitivo no tratamento dos manifestantes. Esta reunião teve como resultado a criação de diversas medidas preocupantes, que apontam um novo recrudescimento da violência policial para conter a ação dos manifestantes, situação que há muito já é vivenciada por comunidades pobres de todo pais. Destacamos que a intervenção do governo federal não teve como nenhum de seus objetivos uma tentativa de diminuição da repressão policial aos manifestantes ou que visasse a proteção do direito à livre manifestação, que vem sendo violentamente desrespeitado.

Dentre as iniciativas, destacamos: (i) aprofundamento e unificação da conduta entre policiais; (ii) protocolo de ajuste entre as polícias; (iii) proposta de modernização e padronização de interpretações de leis; (iv) criação de grupos operacionais com membros do Ministério Público e delegados para diferenciar movimentos sociais e vândalos – que vem se mostrando como distinção que só é utilizada com intuito de impedir a permanência dos manifestantes protestando; (v) cooperação das inteligências das policias civil e militar e da Abin; (vi) Possibilidade da polícia federal passar a investigar; (vii) recrudescimento das leis penais dos tipos que vem sendo utilizados para criminalizar os manifestantes.

Tais medidas apontam para um evidente desrespeito a normas internas e internacionais de direitos humanos. As alterações legislativas que vêm sendo propostas prevem detenções e prisões ilegais por tempo maior, principalmente com a proposta de transformar em agravante condutas contra policiais, equiparando estes à crimes contra vulneráveis como crianças e idosos. Tal intencionalidade fica clara com a fala de José Mariano Beltrame, que afirmou “o policial precisa ter a garantia de que, quando apresenta alguém, aquilo efetivamente terminará em ação penal”, ignorando as diversas detenções ilegais que estes vêm realizando. Ainda deve ser ressaltado a articulação desta reunião com a própria Secretaria Extraordinária para Segurança Pública em Megaeventos,  apontando que o intuito de tais medidas é garantir a norma de exceção e silenciamento da população frente as arbitrariedades que vem sendo cometidas na preparação da cidade para os Megaeventos.

O Ministério da Justiça ainda anunciou que criará um grupo integrado para “investigar” as manifestações populares que tomaram o país.   Unindo o Governo Federal e os de São Paulo e Rio de Janeiro, o Estado brasileiro mostra estar disposto a rapidamente federalizar investigações quando se trata de criminalizar os movimentos sociais, mas lento quando é para apurar graves violações de direitos humanos. Quando o Estado fala que a tarefa do grupo será investigar abusos nos protestos, não quis dizer abusos da polícia. Estes continuam e, parece, continuarão sem nenhum tipo de resposta efetiva por parte do Estado, já que, segundo Mariano Beltrame, filmagens que mostrem abusos por parte da polícia, como os diversos casos de flagrante forjado, não são suficientes para se tomar nenhuma atitude definitiva. Por outro lado, uma mera postagem nas redes sociais levou à apreensão de computadores e pertences pessoais e à incriminação por apologia ao crime.

O governo federal e os governos estaduais do Rio de Janeiro e de São Paulo têm ignorado solenemente uma das principais bandeiras ecoadas nas ruas desde junho: a desmilitarização da polícia brasileira, considerada uma das mais violentas do mundo. Além de se negarem a ouvir, caminham na direção contrária dos anseios da população, lançando mão de medidas arbitrárias que mais se assemelham aos atos institucionais usados nos períodos de exceção da história do nosso pais.

Fonte: Justiça Global

I° Tatoo circus: por um mundo sem prisões

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1º Dia, sexta-feira, 22 de novembro:

18h: Recepção dxs tatuadorxs e troca de idéia sobre a dinâmica do evento

• 2º Dia, sábado, 23 de novembro:

12 horas: Abertura do evento.

13 horas: Troca de ideia sobre as nossas dificuldades de acessar informação na área; como se estabelecer um local de trabalho com todo suporte de higienização; como não se tornar refém dos velhos e tradicionais estúdios de tattoo.

15 horas: Realização de tattoo.

16 horas: Oficina de máquina

20 horas: Insurgent Circus + discotecagem sem fronteiras e sem barreiras.

• 3º Dia, domingo, 24 de novembro:

12 horas: Abertura do evento. Prosseguiremos com a realização de tatuagens.

13h: Debate anti-cárcere

16h: Oficina de grafismo indígena

21h: Encerramento e plenária final para decidirmos coletivamente o uso do dinheiro levantado

22h: Apresentação do Cirko Akrata

Esse cronograma é uma construção coletiva, então sinta-se a vontade para enviar ideias.

ATENÇÃO: A realização das tatuagens, seu horário e valor, é tratado diretamente COM X TATUADORX e podem ser realizadas a qualquer hora do evento que for da vontade das pessoas.

As oficinas acontecerão simultâneamente à realização de tatuagens.

Haverá também venda de comida vegana e bebida ao longo dos dias, além de banquinha de materiais.

Mais em: https://tattoocircusrio.noblogs.org/